Um dos grandes problemas que as mulheres enfrentam no mercado em relação a empregos de liderança consiste na existência de barreiras que contradizem as declarações de aceitação social que grande parte do público professa.
Em recente estudo divulgado pelo Pew Research Center, foi constatado que a maioria dos pesquisados coloca que as mulheres são tão capazes em cargos de liderança política e empresarial quanto os homens, estendendo a comparação para qualidades como inteligência e capacidade de inovação. Os mesmos entrevistados citaram ainda a superioridade feminina em termos de compaixão e organização.
Porém, o fato é que existe ainda uma discrepância em termos de igualdade de gêneros em cargos de chefia, tanto na arena pública quanto na privada.
De acordo com as respostas das pesquisas, o problema não reside em supostas incapacidades ou nas responsabilidades familiares. Para 43% dos participantes, a causa desta baixa representatividade feminina está em dois fatores:
1) a relutância de eleitores e líderes empresariais de colocar mulheres em posição de destaque;
2) a cobrança exagerada, fazendo com que mulheres nestes cargos tenham que realizar mais do que membros do sexo masculino.
A influência desses dois comportamentos que, vale lembrar, baseiam-se em concepções pré-estabelecidas de empregadores e potenciais eleitores do que em deméritos advindos do gênero, chega mesmo a gerar uma cisma entre aqueles que acreditam que cargos de liderança em empresas continuarão a ser majoritariamente de homens (53%) e aqueles que apostam num futuro onde essa diferença não mais exista (44%).
Sobre a questão de gerar um filho e se isso atrapalha na carreira, 36% acreditam que as mulheres devam conceber bem cedo, 40% acham que devam esperar até estarem bem estabelecidas e mais de 1/5 (22%) disseram que a melhor opção seria a de não ter filhos.
É importante também observar que para os entrevistados, embora no geral coloquem que não distinguem diferenças entre homens e mulheres em diversas qualidade citadas, comprometimento e honestidade são características mais relacionadas ao sexo feminino (34%), enquanto a disposição de correr riscos é a única que se destaca entre pessoas do sexo masculino (mesmo assim com apenas 18% para os homens e 7% para as mulheres).
O estudo do Pew Research Center foi realizado com mais de 1800 entrevistados online residentes nos EUA entre os dias 12 e 21 de novembro de 2014. O relatório completo pode ser conferido em www.pewsocialtrends.org/2015/01/14/women-and-leadership.
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