O relatório Progress of the World’s Women 2015-2016, publicado pelas Nações Unidas em 27 de abril último, revelou que as mulheres recebem apenas 3/4 dos valores que os trabalhadores masculinos ganham, ao mesmo tempo em que realizam 2,5 vezes a mais de trabalhos domésticos.
Além de recomendar políticas sociais e econômicas incisivas em âmbito global, o estudo aponta também que as mulheres no Sul da Ásia são as que têm o maior gap em relação a pagamentos (uma média de 33%), enquanto aquelas que vivem no Oriente Médio e no Norte da África têm o menor (média de 14%).
Outros dados constatados pela ONU foram a estagnação, desde 1990, da participação de mulheres na força de trabalho e o posicionamento dos postos de trabalho, onde 63% de funções religiosas e de apoio, bem como 55% de postos de venda, são compostos por mulheres, mas apenas 33% de posições em gerenciamento são lideradas por representantes do sexo feminino.
Em relação a trabalhos domésticos, o relatório aponta que as mulheres realizam 2,5 vezes tarefas a mais do que os homens e que, ao se combinar trabalhos pagos e não-pagos, as mulheres em quase todos os países trabalham mais horas por dia do que o sexo masculino.
Em países em desenvolvimento, apenas 8% das mulheres que trabalham e têm ao menos uma criança abaixo dos seis anos de idade conseguem serviços de creche ou ajuda doméstica (que não seja de membros da família) para tomar conta dos filhos.
O braço da ONU focado nessas questões, UN Women, apresentou uma série de sugestões buscando combater a desigualdade de gêneros, desde a disponibilização de licenças-maternidade e paternidade a todos os trabalhadores, até cotas para mulheres em determinadas indústrias e o incentivo ao estudo de matemática, ciência e engenharia.
O relatório destacou que existem falhas no que concerne à proteção dos direitos femininos. Embora quase todos os países sejam signatários da convenção da ONU para eliminar a discriminação contra as mulheres, muitos ainda retêm “reservas” oficiais, incluindo 26 países que se utilizaram desse argumento no que tange a direitos relacionados a casamentos e famílias.
Também é citado que, em um universo de países que disponibilizam dados sobre o assunto, 73% aprovaram leis sobre violência doméstica.
http://www.smh.com.au/federal-politics/political-news/women-still-way-behind-on-pay-career-and-help-un-report-20150427-1mtrok.html