O Google Campus de São Paulo foi palco, no dia 15, do Women Techmakers SP. O encontro é parte de uma parceria entre os dois grupos para promover uma série de eventos globais com foco nas mulheres da indústria de tecnologia. Confira o painel de discussão com Jacquelline Fuller, diretora do Google.org, que marcou a semana de abertura do campus.
Aplicativo InHerSight permite às mulheres avaliarem seu ambiente de trabalho

Ursula Mead, profissional americana de mídia e tecnologia, criou o aplicativo InHerSight, uma plataforma para as mulheres denunciarem atitudes sexistas no ambiente de trabalho. De forma completamente anônima, os funcionários têm a chance de denunciar e classificar seu ambiente de trabalho. Com isso, ela espera recolher informação suficiente sobre as práticas de uma empresa para fornecer aos empregadores um feedback substancial e dar aos futuros empregados uma boa ideia sobre o ambiente de trabalho.
O aplicativo é bastante simples. Usuários, independente do seu sexo, poderão simplesmente avaliar seu local de trabalho de várias maneiras, que vão de folgas remuneradas (incluindo maternidade e licença adotiva), a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, representação feminina na liderança de cargos altos, a satisfação salarial, atividades sociais e meio ambiente, iniciativas de bem-estar, entre outras. Os usuários também podem deixar um comentário sobre se eles acreditam que é possível “ter tudo” no seu local de trabalho.
Ursula diz que com esse aplicativo as mulheres estão sendo ajudadas a tomar decisões profissionais importantes, como por exemplo aceitar um emprego novo, graças às avaliações deixadas no site. Ajuda também os empregadores a traçarem uma nova estratégia de igualdade entre gêneros, como forma de atrair novas profissionais e manter as que já possuem.
Milhares de usuários já avaliaram várias empresas famosas. Você tem como opção deixar comentários escritos. Algumas avalições são muito interessantes, tal como a dessa funcionária do Google: “Google está certamente tentando muito arduamente deixar todos os seus funcionários bem à vontade. Eu vi vários colegas de trabalho ganharem semanas ou até meses de licença parental (muito mais em licença paternidade do que maternidade, principalmente porque é um ambiente de trabalho dominado por homens). Eu vi salas para mães em praticamente todos os prédios que eu estive. A carga horária é muito flexível. Você pode ficar “trabalhando no trabalho”, o que é preferível do que trabalhar de casa, mas se você tem uma necessidade razoável de às vezes ficar em casa, geralmente não tem problema. E, embora ocorram problemas isolados, todos que eu tenho falado sobre igualdade de gênero, em geral, têm sido extremamente solidários e fazem o seu melhor para ser útil.” – Veja mais sobre as avaliações do Google em: http://www.inhersight.com/company/google#sthash.BU9K79rr.dpuf
Outras avalições não foram tão simpáticas, tal como essa da IBM: “Cada local tem sua própria cultura. Em nossa empresa a cultura difundida é: Olhe para o grande equilíbrio entre vida profissional e pessoal que estamos te oferecendo! Mas você perde pontos se tentar se aproveitar disso. As salas de descanso são encantadoras, têm sistemas de jogos e mesas de air hockey que apenas acumulam poeira. Os microondas trabalham duro porque quase todo mundo trabalha durante o almoço. Então, não, eu não acho que você pode ter tudo na IBM. – Veja mais sobre avaliações da IBM em: http://www.inhersight.com/company/ibm#sthash.205oIJuh.dpuf
Por enquanto o InHerSight, está disponível apenas para seis países (Austrália, Canadá, Irlanda, Estados Unidos, Nova Zelândia e Reino Unido), mas aguardemos para que logo seja possível uma interação em outras localizações.
Links: InHerSight: http://www.inhersight.com
Apple investe em promoção de diversidade

A empresa de tecnologia norte-americana Apple quer mostrar que não é inovadora apenas em seus produtos, mas também em suas atitudes. A empresa está doando mais de US$ 50 milhões para organizações que procuram incentivar mulheres, minorias e veteranos de guerra à trabalhar com tecnologia.
Em uma entrevista para a revista Fortune, a chefe de recursos humanos da Apple, Denise Young Smith, disse: “Queremos criar oportunidades para os candidatos minoritários conseguirem seu primeiro emprego na Apple. Isso não seria apenas benéfico para eles mas para nós também, porque não podemos inovar sem sermos diversos e inclusivos.”.
Young Smith gosta de dizer que a diversidade não se estende apenas à raça e ao gênero. A Apple quer que a sua base de funcionários seja livre para celebrar diferentes estilos de vida e orientações sexuais. Lembrando que ano passado o próprio CEO Tim Cook assumiu publicamente que é gay. Mas, por ora, as suas iniciativas de diversidade são principalmente focadas nas mulheres e minorias.
Uma das parcerias da Apple é com a organização sem fins lucrativos Centro Nacional para Mulheres e Tecnologia da Informação (em inglês NCWIT), para ajudar a criar um número maior de trabalhadoras de tecnologia. De acordo com Lucy Sanders, CEO e co-fundadora da organização, esta não é a primeira vez que a fabricante do iPhone está atuando com a organização, mas esta última investida tem ambições muito maiores e representa a maior contribuição individual que a NCWIT recebeu até hoje da Apple, de cerca de US$ 10 milhões, dinheiro que será repartido ao longo de quatro anos e destinado a bolsas de estudos e cursos profissionalizantes em tecnologia.
A Apple não é a única investindo significativamente nesse tipo de organização. A NCWIT, por exemplo, também é financiada pelo Google, Microsoft e Symantec. Há também a Intel, que anunciou no início do ano, que vai destinar US$ 300 milhões para educação científica e tecnológica de jovens mulheres e minorias.
O efeito real desses esforços não será sentido por uns bons anos. Esse início, porém, foi mais do que necessário, já que ano passado as empresas de tecnologia admitiram que têm um problema de falta de diversidade entre seus funcionários. A chefe de recursos humanos da Apple arremata que tais iniciativas são importantes para todos, porque é algo que futuramente irá mudar o mundo.
Link: NCWIT – https://www.ncwit.org/
Estudos mostram que falta de diversidade é realidade no Vale do Silício

Por Nathália Urban
As empresas de tecnologia do famoso Vale do Sílicio, nos Estados Unidos, estão sofrendo com a falta de diversidade entre seus funcionários.
Conforme pesquisas das grandes empresas localizadas no Vale do Silício, a maioria dos profissionais que trabalham na indústria de tecnologia são do sexo masculino (cerca de 70%) e de cor branca (perto de 60%).
A pouca presença de mulheres é ainda mais triste quando se trata de funções técnicas nas próprias empresas de tecnologia instaladas na região. Apesar das mulheres serem metade da população, elas representam apenas pouco mais de 20% dos funcionários dessas companhias.
Para tentar diminuir essa tremenda disparidade de gêneros, algumas empresas têm implementado programas de incentivo ao sexo feminino.
A Salesforce, empresa mais conhecida por ter criado o software de gestão de relacionamento com o cliente que leva seu nome, é a maior empregadora do setor de tecnologia na cidade de São Francisco. Seu programa interno chamado “Women Surge” tem ampliado a participação das mulheres no negócio e ele foi desenvolvido para identificar entre as funcionárias quem tem real potencial de atuação executiva, facilitando a inclusão dessas mulheres nos temas mais importantes em discussão na empresa.
O CEO do Salesforce, Marc Benioff, disse em sua palestra no Lesbians Who Tech Summit, realizado no final de fevereiro último em São Francisco, que tem como meta convidar todos seus gerentes e diretores a levarem mulheres para todas as reuniões da empresa. E confessa que tem uma meta: “Nossas reuniões deverão incluir de 30% a 50% de mulheres”.
De acordo com os números do estudo realizado pela própria empresa sobre diversidade, a realidade do Salesforce está no patamar das demais companhias da região como Yahoo, Google e Facebook. Até o mês de junho de 2014, os homens representavam cerca de 70% do conjunto de funcionários, e desses, 85% estavam em funções de liderança, ao mesmo tempo em que 80% deles atuavam com desenvolvimento tecnológico.