Mulheres assumem papel relevante na gestão do agronegócio do País
Se tivéssemos que dividir o mundo em dois, certamente o produtor e a produtora rural seriam o meio. Como elo central da maior, mais diversa e complexa cadeia produtiva, certamente a gama dos negócios seja do lado do insumo ou da originação que existem em sua função é a maior de todas.
E isso já não é mais, assim, uma novidade nem para o mundo urbano. A importância econômica, ambiental e social da atividade produtiva rural agrícola ou pecuária é senso comum em qualquer fórum no Brasil e pelo mundo a fora.
Ainda de maneira tímida e com pouca relevância, o conceito de Business to Farmer – B2F está chegando. O B2F, ao lado dos já consagrados B2C (Business to Consumer) e do B2B (Business to Business), visa congregar os negócios de marcas, produtos, serviços e tecnologias que têm seu foco de negócios no produtor e na produtora rural. E o foco do B2F é o “F”. Precisamos entendê-lo e “traduzi-lo” ao mundo das “B”, buscando eficiência, resultados e ganhos para ambos.
Nesse sentido, no último dia 31 de maio, a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócios – ABMRA trouxe a sua contribuição com a divulgação dos resultados da sua 7ª Pesquisa de Hábitos do Produtor (e da Produtora) Rural.
Legítimo e meritocrático, o protagonismo da mulher está cada vez mais se fazendo destacar também na produção rural brasileira. A pesquisa nos mostra que 31% das propriedades produtivas rurais brasileiras contam com mulheres no gerenciamento das mesmas. A presença da mulher nas funções de gestão e decisão dos empreendimentos rurais triplicou desde a última enquete realizada pela entidade em 2013. Uma boa notícia. Porque, como ocorre em todas as demais atividades, geralmente quando a mulher se mete caem a falta de objetividade, a procrastinação, a supervalorização, as chances de corrupção e aumentam a eficiência, a objetividade e o foco nos resultados. É, e nós homens temos que reconhecer. E correr atrás para não ficarmos para trás muito distantes.
O agro, que agora é pop, cada vez mais se mostra ao mundo urbano. E se revela longe daquela imaginária realidade rústica, poeirenta e pobre que se costumava pensar.
Além de serem bons gestores e gestoras das finanças de sua atividade, 86% dos pecuaristas e das pecuaristas e 80% dos agricultores e das agricultoras utilizam recursos próprios ou da família para custear os insumos de sua produção, estão cada vez mais tecnológicos. 33% já utilizam recursos e tecnologias da Agricultura de Precisão e cerca de 14% fazem algum tipo de integração entre lavoura, pecuária e floresta.
Cerca de 77% dos produtores e das produtoras rurais que têm acesso à internet costumam utilizar redes sociais, contra 47% registrado no levantamento de 2013, e a maior utilização é do Facebook, com 67% dos que acessam a internet.
96% possuem celular e, desses, 61% possuem smartphones (em 2013 eram 17%). E um dado muito legal é que 96% utilizam o WhatsApp!
Acho que a pesquisa traz interessantes dados que confirmam alguns aspectos percebidos no dia a dia, como a redução da idade média do produtor e da produtora, principalmente pelo dado que aponta a faixa etária que está aumentando à frente das propriedades (26 a 35 anos), que tinha presença de 15% no levantamento de 2013 e, neste, de 2017, passou a 21%; e como o aumento do número de produtores e produtoras que passam a residir apenas na propriedade rural, não possuindo mais residência na cidade (65% dos pecuaristas e das pecuaristas e 48% dos agricultores e das agricultoras têm residência apenas no campo, frente a 59% e 43%, em 2013, respectivamente).
Esses são alguns dos dados que a ABMRA tornou públicos para os não-cotistas da pesquisa. Já são bastante interessantes, imaginem a pesquisa completa! Nesse Brasil, algumas das principais dificuldades e preocupações dos produtores e das produtoras rurais são os mesmos dos que os de qualquer outra atividade produtiva: mão de obra e gestão do negócio. Mas o mais legal é que apesar do momento de revisão moral e ética que passamos no país, 68% estão otimistas em relação ao futuro da atividade agropecuária no Brasil e 91% têm orgulho de serem produtores e produtoras rurais. Bom para todos nós, que precisamos comer e beber, vestir, locomover, morar, escrever, respirar, acender e ligar, viver mais, viver melhor.
No conceito do Business to Farmer (B2F), nossa missão como marcas, produtos, serviços e tecnologias voltados ao produtor e à produtora rural é estar ao seu lado ajudando-os em seus desafios e ganhar sua preferência. É o mínimo o que podemos fazer por quem faz tanto.