*por Daniela Panisi
Liderança. Tema constante nas organizações, incitante de angústias, dúvidas e incertezas.
Lugar de grande responsabilidade que assusta. No susto, muitos se tornam rígidos, alguns colapsam, outros simplesmente seguem aquilo que pensam ser esperado e pouquíssimos se arriscam.
O desequilíbrio e o desconforto do risco é uma aposta alta para muitas pessoas, entretanto, quando se trata de liderança inovadora, é uma aposta com riscos medidos que quem ocupa esta posição deve estar disposto a assumir.
É o enfrentamento do medo, lançar-se no desconhecido, mas como todo movimento autêntico de corpo, é necessário um fundamento, uma base esquelética.
Inovação é uma maneira de pensar que abre espaço e possibilidade para coisas novas e melhores. Pode surgir da invenção, algo completamente novo, ou da iteração, a melhora de alguma coisa já existente.
Liderança é a habilidade de guiar outros em direção a um lugar, ideia ou resultado. E o que seria a liderança inovadora?
A liderança pode ocorrer em qualquer posição em uma organização ou na vida.
Poderíamos pensar a liderança inovadora como a capacidade de criar algo novo e melhor, assumindo riscos e novos movimentos, com alicerce, e influenciar outros a acreditar e seguir suas ideias em direção a um lugar ou resultado.
Podemos citar diversas características constituintes de um líder inovador, mas o fundamento, o esqueleto no qual os movimentos de um líder inovador se sustentam é a capacidade de contar histórias e imaginar.
Essas artes há longo tempo vêm sendo sacrificadas em prol da produtividade e do rendimento.
Como Charlie Chaplin em “Tempos Modernos”, emburrecemos em movimentos repetitivos e sem sentido.
O corpo, sem movimentos autênticos, deixa de se reconhecer, adoece.
Corpo, pensamentos, sentimentos, ações e mundo são um só, quando paramos um, também paramos outros.
Assim como Sherazade em “Mil e Uma Noites”, para nos livrarmos da maldição que nos assola, da paralisia mental truculenta, que mata por medo de traição, precisamos imaginar, criar histórias que emocionem e envolvam a ponto de serem seguidas, estimulando a capacidade de sonhar do outro.
Podemos pensar, então, que a liderança inovadora não diz respeito ao líder, mas ao todo, aos outros e o modo como todos serão envolvidos em uma única história, em que cada dia se passa uma nova aventura, se chega a um novo lugar, antes desconhecido, expandindo limites para uma existência que vislumbre mais possibilidades de novos amanhãs.
*Matéria originalmente publicada no portal Psicologia e Desenvolvimento Humano.